terça-feira, 25 de novembro de 2014

entre mulheres


As obrigações para a semana surge na tela do celular. Sinto vontade de deixa-lo na estrada!.

Ela não interrompe meu silêncio, agradeço internamente a cada quilômetro. Ainda não sei se ela compreende o que sinto, mas respeita, e já é um lindo sinal.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Liberte-se


“Liberte-se” disse a mim mesma. “Liberte-se”. O toque nas mãos não foi escondido, os beijos de carinhos também não. Não houve qualquer descriminação verbal naquele dia. Todavia, olhares surgiram aos montes – o restaurante estava cheio. Ela estava tensa, não dizia uma palavra – como se a gente tivesse esse segredo interno: não podemos falar da nossa falta de afeto em público. Ok, falamos sim, mas ela expressa o medo de ser descriminada, e a conversa não passa daí.

(quem tem que mudar é o pensamento mesquinho das pessoas, não o meu envolvimento com a pessoa que tá comigo!).

Ela me olha, coloco meu sorriso mais cínico e dou um beijo breve. Se continuarmos assim ninguém nunca vai respeitar quem somos, penso em dizer, mas fico em silêncio. Medo de ser descriminada, assassinada ou estuprada pela minha condição sexual é óbvio que tenho... porém não posso agir na invisibilidade, não posso agir reprimindo meu toque em suas mãos  porque há seres humanos que acredita que somos aberração.

Ela me beija na porta do meu prédio, sinto o gostinho adorável da sua iniciativa.