segunda-feira, 28 de abril de 2014

abril

Dezesseis dias faltam para completar 10 anos de ausência. Vários textos já foram escritos ao longo de uma década, inúmeras vezes já mencionei o quanto dói e a falta que sinto. Inúmeras vezes já descrevi a última visita ao hospital, a última frase e até o último toque. Não há mais palavras, mas há lembranças. E esse ano as lembranças foram mais fortes, mais vivas, se materializaram.

O hospital que o visitei pela última vez, visitei outro alguém nos últimos meses tantas e tantas vezes. Os mesmos corredores, as janelas, o cheio, a mesma porta. Dessa vez não tinha o guarda para dizer que não tinha idade para entrar, não tinha meu pai para insistir, não tinha mais meu andar de menina tentando ser um ano mais velha.

Dessa vez tinha apenas as lembranças e o choque de reencontrar tudo no lugar, tinha as lembranças que ninguém naquele espaço conhecia. E o choro contido em forma de sorriso.

by.: escrito em 12 de abril de 2014

sábado, 26 de abril de 2014

ty

Hoje tocas em corpo meu como teu. E hoje sou tua. (Completamente!) Novamente entramos em mais dias de renovação. Ingênuo da nossa parte acreditar que somos eternos. Não adianta acreditar! - falo de forma livre, sem insinuações. Sou em carne viva, a flor da pele, e a escrita torna-se crua. Não pertences a mim, não pertences a ninguém. Tuas histórias são momentos; hoje sou passado, presente, futuro. Sou crua, corpo e alma. Sou tua, pelo menos hoje. Sou nua, estou nua. Nua, crua: o líquido entre as pernas. O dia inteiro no desejo mais profundo das tuas entradas mais secretas. Entra em mim, passa tua pele na minha. Entra em mim.

sábado, 19 de abril de 2014

bu...

Não é mais possível, digo entre as paredes. Sua visão de mundo corta meus princípios. Você diz que vivemos monogamicamente. Queres enganar a quem? Tu podes viver coisas; mas fica puto se levanto alternativas. Foda-se, meu bem, foda-se. Aceitar você novamente é aceitar teu estilo de vida, tuas mentiras. Vive tuas histórias, tuas ilusões amorosas... deixe-me em paz. Teu "tudo" não me basta, suas ideias não me completam. Poderíamos viver lindamente com nossas histórias, eu com as minhas, e você com as suas, mas ocultações e mentiras não cabem na minha buceta. Mostra-se ser um homem honesto e cheio de princípios, teu sangue não pertence a mim, não pertence a ninguém. 

Espero que nunca se arrependa das dessas histórias,
em meu corpo não tocas mais.

sábado, 12 de abril de 2014

permitir

Me deixe entrar Encostar em tua pele Tentar fazer doer menos Quero simplesmente que abra a porta para mim... Deixe-me pensar contigo em alternativas Permita-me aproximar dos teus demônios

Podemos abrir novas pontes Podemos sarar nossas dores... coloca-los em portas malas e esconde-las dos nossos dias! Podemos olhar o pôr do sol num dia comum ou contemplar o mar num dia de nublado Podemos caminhar na chuva e aproveitar os pingos sob nossa pele... Podemos inventar juntos novas formas de aproveitar o domingo a tarde Podemos viver momentos bons.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

abrigar

Entre teus beijos me afogo Entre teu fogo me aqueço
Entre tuas mãos sou domada Entre teus domínios sou pureza
Entre mim e você há pedidos
e suplicas. Entre nós, não há
mais nada.

terça-feira, 1 de abril de 2014

poetizado

Falsas leituras, você poderia pensar.
Verdadeiras leituras, eu penso.
Escrevo a quem ler pelas entrelinhas, pelos não escritos.
leio outras escritas, não compreendo as entrelinhas
Sinto vários sentimentos distintos, é estranho. releio outros textos, outras pessoas, outros sentimentos. ainda sinto-me estranha
as outras escritas batem na carne, no sangue, sinto tudo.
vontade de fugir, desaparecer
vontade de reler